Combate à dengue em Apucarana exige ação coletiva urgente
Dois óbitos e quase dois mil casos neste ano acendem alerta; poder público reforça estratégias, mas eliminação de criadouros depende da população.
Com a chegada da primavera e o início do período de chuvas, tem início também o ciclo mais propício para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Em Apucarana, no Paraná, a Secretaria Municipal de Saúde já intensificou as medidas de controle, mas o alerta soa alto: a batalha decisiva contra a doença é travada dentro de casa, nos quintais e nas pequenas ações do dia a dia. A cidade registra, até o momento, 1.968 casos confirmados e dois óbitos em decorrência da doença em 2024.
O prefeito Rodolfo Mota enfatiza que o trabalho das equipes de vigilância já está a todo vapor, mas que a colaboração da população é indispensável. “Nossas equipes já estão monitorando ovitrampas e implantando estratégias com novas tecnologias para combater o mosquito desde o início do ciclo de reprodução, que começa agora, entre setembro e outubro. Mas sem a colaboração da população, não será possível vencer essa luta. A prevenção é o melhor remédio: cuidar do seu lar é cuidar de todos”, frisa o prefeito.
Os dois óbitos registrados neste ano servem como um triste lembrete da gravidade da dengue. “Isso precisa servir de alerta para todos nós. O poder público faz a sua parte, mas a batalha final acontece dentro de cada casa, em cada quintal. Eliminar criadouros é um ato de responsabilidade e solidariedade. A prevenção depende da ação coletiva e urgente de toda a sociedade”, diz Mota.
De acordo com os dados mais recentes da Divisão Municipal de Controles de Endemias, somente na última semana epidemiológica, 18 novos casos suspeitos foram notificados, demonstrando que o vírus continua circulando ativamente. O médico Guilherme de Paula, secretário municipal da Saúde, explica onde e como o inimigo se esconde. “A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. Mais de 80% dos focos estão dentro dos quintais das residências. Por isso, cada morador tem um papel fundamental”.
Dr. Guilherme lista as medidas essenciais que devem ser adotadas por todos: “É preciso tampar caixas d’água, baldes e tonéis, guardar garrafas de cabeça para baixo, manter calhas limpas, colocar areia nos pratos de plantas e também em locais de platibanda onde costuma acumular água. Pneus devem ser guardados em locais cobertos e todo o lixo que possa acumular água deve ser descartado corretamente”.
O secretário chama a atenção para um aspecto crucial: a responsabilidade é comunitária. Ele alerta que pequenos “descuidos” trazem grandes riscos. “Um único mosquito pode voar até 150 metros. Isso significa que, se o vizinho não cuidar do quintal, todo o bairro pode ser afetado. A ação precisa ser coletiva. Converse com seus vizinhos, una forças e mantenham as casas e ruas livres de criadouros. É uma questão de responsabilidade com a própria vida e com a saúde de toda a comunidade”.
Tecnologia a serviço da informação
Para auxiliar nessa guerra, a Autarquia Municipal de Saúde (AMS), em parceria com o curso de engenharia de computação da UTFPR, desenvolveu e mantém o “site da dengue”. A ferramenta oferece à população um panorama detalhado e em tempo real da situação da doença no município. É possível consultar o número de notificações, casos confirmados, sintomas, orientações para a prevenção e o trabalho dos agentes de endemias. O site também desvenda mitos e verdades sobre a dengue e pode ser acessado pelo endereço: https://dengue.apucarana.pr.gov.br.
A tabela abaixo resume a situação epidemiológica da dengue em Apucarana em 2024 até o momento:
| Indicador Epidemiológico | Quantidade |
|---|---|
| Casos confirmados | 1.968 |
| Óbitos confirmados | 2 |
| Casos suspeitos (última semana) | 18 |
A mensagem final das autoridades de saúde é clara e direta: a dengue mata, mas a prevenção salva. E essa prevenção está, literalmente, nas mãos de cada cidadão. A vistoria semanal de casa e quintal não é mais uma recomendação, mas uma necessidade urgente de saúde pública.



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