Perícia científica no Paraná: desvendando acidentes complexos
A atuação crucial da Polícia Científica do Paraná em cenários desafiadores
Acidentes de grande impacto, como a explosão ocorrida em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, em agosto, chamam a atenção para o trabalho essencial da Polícia Científica do Paraná (PCIPR). Muitos se perguntam como os peritos e técnicos atuam em situações tão desafiadoras. Afinal, o papel da perícia vai muito além da simples coleta de vestígios, envolvendo tecnologia avançada, coordenação entre órgãos e especialistas de várias áreas.
O início do trabalho pericial
O chefe da Divisão Operacional da PCIPR, Leonel Letnar Junior, explica que o trabalho começa com o isolamento rigoroso da área e uma avaliação preliminar. "É necessário identificar as características do evento, as necessidades materiais e de pessoal, além dos riscos envolvidos. Apenas após garantir a segurança de todos os peritos e técnicos, a equipe acessa o local", afirma.
Mapeamento e coleta de evidências
Uma vez autorizado o acesso, os policiais científicos iniciam um mapeamento detalhado da área. "São registradas imagens, coletadas amostras e preservados vestígios cruciais para a reconstituição dos fatos. Cada detalhe importa, desde a disposição dos objetos até pequenos fragmentos que podem se tornar peças-chave", destaca Letnar.
Perícias especializadas e análise técnica
Em incidentes complexos, diferentes tipos de perícias são realizadas, como as de local de crime, engenharia, química, balística, perícia ambiental e computação forense. "A diversidade das análises pode se estender até mesmo a investigações de crimes cibernéticos, onde a PCIPR atua na análise de dispositivos digitais, como abordado na série 'Adolescência', da Netflix", ressalta o especialista.
Os laudos técnicos incluem testes químicos, exames físicos e análise de aparelhos eletrônicos, com informações cruzadas para garantir precisão e confiabilidade nas respostas.
Integração de informações: o coração da investigação
Letnar explica que a integração das informações e vestígios é vital. "Cruzamos registros de operação, condições dos equipamentos e, se necessário, depoimentos, para determinar causas. Isso pode revelar se um defeito decorreu de uso incorreto, desgaste natural, falta de manutenção ou até sabotagem."
Identificação de vítimas: ciência a serviço da justiça
A atuação da Polícia Científica também é crucial na identificação de vítimas. "Equipes especializadas são mobilizadas para a recuperação de corpos e vestígios, utilizando técnicas de análise biológica, odontológica e exames de DNA. A execução simultânea de diversas etapas acelera o processo", explica Letnar.
Um exemplo do sucesso dessa abordagem foi a identificação de mais uma vítima da tragédia de Brumadinho (MG) em fevereiro deste ano, reafirmando a importância do avanço das técnicas de análise genética e da preservação adequada dos materiais.
Independentemente da complexidade do caso, o objetivo da Polícia Científica do Paraná permanece constante: oferecer respostas técnicas, precisas e imparciais para apoiar as investigações e garantir mais segurança à sociedade.
Fonte: Agência de Notícias do Paraná



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