PM Ambiental aplica R$ 240 mil em multas por rinhas de galo no Paraná
Operações em Ponta Grossa e Guarapuava resgataram 54 animais e flagraram dezenas de pessoas em arenas clandestinas
A Polícia Militar Ambiental desmantelou arenas clandestinas de rinhas de galo em Ponta Grossa e Guarapuava, nos Campos Gerais e na região central do Paraná, entre a noite de sexta-feira (22) e o sábado (23). As operações resultaram em mais de R$ 240,5 mil em multas aplicadas a mais de 50 pessoas, além do resgate de 54 animais vítimas de maus-tratos.
Segundo a corporação, a ação foi deflagrada após o recebimento de denúncias anônimas. Em Ponta Grossa, a operação contou com apoio da Guarda Civil Municipal (GCM), que descobriu a atividade ilegal em uma chácara localizada próxima à Avenida Souza Naves, no trecho urbano da BR-373.
Ponta Grossa: fuga em massa e flagrante de maus-tratos
No local, havia mais de 30 pessoas acompanhando a rinha, mas a maioria conseguiu fugir pela mata com a chegada da GCM. Quatro pessoas foram multadas em R$ 52 mil cada por expor os animais à prática criminosa, enquanto outras 11 receberam multas individuais de R$ 1,5 mil por participarem como espectadores.
Durante a vistoria, os agentes encontraram esporas de metal e plástico, medicamentos veterinários, além de estruturas montadas em forma de “ringues” para os combates. Ao todo, 26 galos apresentavam sinais evidentes de maus-tratos e um foi localizado morto.
Todos os detidos foram encaminhados à delegacia. O delegado Gabriel Munhoz informou que os envolvidos foram qualificados e liberados, mas ressaltou que o caso seguirá em investigação.
“A gente vai investigar para ver quem realmente era o dono, da onde vinham esses galos, se existia algum esquema de aposta junto”, afirmou.
Guarapuava: arenas clandestinas e presença de árbitros
Na cidade de Guarapuava, a Polícia Ambiental localizou três arenas de combate em uma chácara no distrito de Entre Rios. Havia 41 pessoas no espaço, incluindo uma criança, e 28 galos, dos quais um estava morto e os demais apresentavam lesões graves.
De acordo com a corporação, a prática apresentava sinais claros de organização: árbitros controlavam os combates e cronômetros eram usados para medir o tempo de cada confronto. Os policiais apreenderam e destruíram biqueiras metálicas, esporas de silicone, cronômetros e tesouras.
As 41 pessoas foram conduzidas para registro de termo circunstanciado. Entre elas, 36 receberam multas de R$ 1,5 mil cada. O proprietário da chácara foi multado em R$ 61 mil e o organizador da rinha em R$ 57 mil.
Prisões por armas e receptação
Paralelamente à operação, quatro pessoas foram presas em Guarapuava por crimes relacionados a armas e receptação. Os flagrantes incluíram:
| Situação | Apreensão | Consequência |
|---|---|---|
| Homem tentou dispensar pistola 9mm com 11 munições | Pistola apreendida | Preso |
| Revólver calibre .38 com numeração suprimida em veículo | Revólver apreendido | Proprietário preso |
| Dono do imóvel possuía duas espingardas sem documentação | Espingardas, munições e insumos para recarga | Preso em flagrante |
| Caminhonete com 80 kg de cobre sem origem comprovada | Material apreendido | Responsável encaminhado à delegacia |
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Animais sob custódia dos autuados
Os 54 galos resgatados pelas forças policiais permanecerão sob responsabilidade dos autuados, que atuam como fiéis depositários. Isso significa que ficam encarregados da guarda dos animais até decisão definitiva da Justiça.
Contexto e reincidência
Menos de um mês antes, em Goioxim, outra rinha foi desarticulada. Na ocasião, oito pessoas foram presas e as multas somaram R$ 250 mil. Assim como nas operações recentes, a investigação teve início a partir de denúncias anônimas.
Em nota, a Polícia Militar Ambiental reforçou o papel da comunidade:
“Nosso trabalho é dar voz aos que não podem se defender. Seguiremos firmes na proteção dos animais e no enfrentamento a essas práticas criminosas. [...] A colaboração da população é fundamental para o sucesso dessas operações. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo telefone 181.”
Com informações do G1, Créditos da Foto: GCM Ponta Grossa



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